zine POESIA XUCRA (lançamento na Flip 2018)
e lançamos lá na Flip 2018 o zine Poesia Xucra
A gente se diz guasca, xucra, brincando seriamente com nossas particularidades de origem, mas sem pretensões de hermetismos regionalistas. Essas expressões são bastante comuns na região de onde as autoras vieram: a pampa sul-rio-grandense. Clarissa, de Bagé; Marília, do Arroio Grande. Duas cidades do interior gaúcho, na zona de fronteira entre Brasil e Uruguai. Encontraram-se em Porto Alegre, cidade onde - cada uma a seu jeito - tentava soltar sua voz como quem solta pandorgas, como quem sopra uma flor de dente de leão. Atentas ao chão. Cientes da terra. Coisa de quem anda, de quem tem cara de lugar nenhum, coisa de quem nasce sabendo que um dia vai ter que se largar a la cria pelo mundo, pois só assim vai conseguir “ser gente”. É assim com elas, comigo, e com muitas outras pessoas, que não ficariam muito “autênticas”, “genuínas”, se aproximadas dos ícones lendários do gauchismo, os intrépidos senhores centauro dos pampas e monarca das coxilhas. Trocando em miúdos, é assim com aqueles que não cabem no protótipo homem-branco-heterossexual-quase cristão, dos protagonistas (personagens e seus autores) do que se convencionou chamar de “cultura gaúcha”.
(por Soha Mansa. Trecho extraído da apresentação do zine Poesia Xucra)
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