Participação na 33ª Reunião Brasileira de Antropologia
Coordenação:
Felipe Vander Velden (UFSCar)
Debatedor/a:
Ana Paula Perrota (UFRRJ)
Participantes:
Edi Alves de Oliveira Neto (IFMT)
Luisa Amador Fanaro (UFSCar)
Marília Floôr Kosby (UNIPAMPA)
Propomo-nos nesta mesa a discutir sobre as contribuições teórico-metodológicas e etnográficas produzidas no Brasil que se preocupam em refletir sobre o que é o trabalho animal e o trabalho com animais, em cenários brasileiros e latino-americanos, e o que ele pode nos ensinar sobre o próprio trabalho humano. A temática do trabalho animal, apesar de já constituir objeto relativamente consagrado nas Ciências Sociais em outras regiões, reclama maior consideração em terras sul-americanas. A ideia deste debate surgiu justamente por conta dessa carência, que parece apontar para um não reconhecimento, nas Ciências Sociais latino-americanas, de que os animais também podem ser trabalhadores, adentrar o mundo do trabalho e mesmo, talvez, compor com a classe trabalhadora – constituindo com ela relações que podem ser tanto de antagonismo quanto de cooperação. À parte as discussões que convergem principalmente para o direito e a proteção animal, os estudos antropológicos e sociológicos a respeito das relações entre humanos e animais na América Latina, seja na etnologia, seja em contextos urbanos ou rurais, nada ou quase nada dizem sobre o trabalho que esses não humanos eventualmente executam, produzem, podem vir a produzir ou lhes é extraído. Para além de abuso, exploração e controle, trabalhar com animais também envolve comprometimento de ambas as partes e uma negociação constante, às vezes difícil, plena de múltiplos tensionamentos, mas seguramente caracterizada pela mútua afetação.
Comentários
Postar um comentário