GÊNERO E RESISTÊNCIA: REPRESENTAÇÕES DO FEMININO NO POEMÁRIO MUGIDO (2017) DE MARÍLIA FLOOR KOSBY | artigo de Erlândia Ribeiro
Resumo
Este trabalho tem como objetivo analisar a resistência contida na obra Mugido (2017), da escritora Marília Floor Kosby, que com sua escrita poética utiliza de potência e força para caracterizar o feminino, destoante do padrão vigente em nossa sociedade patriarcal. Heloísa Buarque de Hollanda em As 29 poetas hoje (2021, p. 29), analisa tal obra como “brutal de partos, nascimentos, violências, espanto e animalidade”. Estas nuances dos poemas, dilatam e escorrem como o próprio mugido que dá nome ao livro, desarticulando a palavra e usando dos sentidos, nessa desarticulação o animal-fêmea da trama poética ganha evidencia. Kosby sinaliza uma similaridade/afeto entre fêmeas, assim, compreende-se que as violências e resistências que o animal-fêmea sofre são também as violências e resistências que as mulheres perpassam no espaço social e simbólico. Este olhar da poeta nos traz uma crítica audaz ao nosso tempo, denunciando desde os silenciamentos pelos quais as mulheres passam, até a ausência de direitos sobre o próprio corpo. Para tanto, esta pesquisa recorre aos estudos críticos de Silvia Federici (2019), Maria Helena Kuhner (1989), Márgara Russotto (1994) e demais pesquisadoras que nos ajudem a compreender as resistências que atravessam a obra aqui analisada.
Publicado na revista Igarapé: https://periodicos.unir.br/index.php/igarape/article/view/6741/4382
Comentários
Postar um comentário