oficina de escrita As palavras perto da boca | na bancaberta



Com foco nas potenciais singularidades dos corpos textuais e suas variações conforme os corpos que escrevem, a oficina “As palavras perto da boca” tem como base epistemológica obras antropológicas que problematizam modelos hegemônicos de relação com as palavras, como, por exemplo, os trabalhos de Jeanne Favret-Saada sobre feitiçaria e palavra-ato, e o livro A queda do céu, de Davi Kopenawa e Bruce Albert — obra que traz indagações sobre o ato dos brancos de escrever como forma de não esquecer as palavras, por um lado, e a atitude yanomami de se trazer as palavras perto da boca, por outro. Ela se fundamenta ainda na ênfase dada por Tim Ingold ao caráter criativo e inventivo da antropologia enquanto disciplina.

Além de obras propriamente antropológicas, os participantes encontrarão pressupostos e corpos textuais de outras literaturas (poesia, prosa, roteiros, cartas), que apontam trilhas para a experimentação daquilo que Gloria Anzaldúa chamou de palavra encarnada, que se refere à atenção da escrita para aquilo que se vive, para a dimensão fenomenológica da escritura como cartografia da experiência de corpos vivos no mundo — no caso de Anzaldúa, um corpo sapatão “de cor”. Metodologicamente, serão realizados exercícios de técnica de escrita e leitura em voz alta de textos autorais e de autores indicados no transcorrer dos encontros. O pressuposto freiriano de liberação da palavra norteará a dinâmica de participação nas atividades propostas, apontando para que alunos/as/es, paulatinamente, encontrem, cultivem e se apropriem, de maneira original, sua voz literária.









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